Goes Like Hell

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No final dos anos 70 o preço da gasolina não parava de subir e os fabricantes norte-americanos continuavam fazendo carros grandes com motores de 6 e 8 cilindros (que estavam cada vez menos eficientes por causa das leis antipoluição), enquanto isso carros econômicos europeus e japoneses invadiam o mercado. A primeira das 3 grandes a reagir foi a Chrysler, que lançou em 1978 o Dodge Omni (e seu primo Plymouth Horizon), um carro compacto inspirado no Golf desenvolvido por sua divisão européia, a Simca. O Omni seguia a mesma fórmula básica de outros carros europeus, era um hatchback de 4 portas com motor transversal, tração dianteira, suspensão McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, o motor era um 4 cilindros em linha de 1,7 litro de 76 cv e 11,3 kgf·m fornecido pela Volkswagen e o cambio podia ser manual de 4 marchas ou automático de 3. Em 1981 passou a ser oferecido como opcional o motor de 2,2 litros desenvolvido pela Chrysler para os k-cars (Dodge Aries e Plymouth Reliant).

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O Omni foi eleito o carro do ano de 1978 pela MotorTrend

Essa história começa a ficar interessante em 1984, com o lançamento de uma versão esportiva para rivalizar com o Golf GTi, o Omni GLH (Goes Like Hell ou corre como o capeta numa tradução live). O motor 2.2 ganhou comando de válvulas mais bravo e a taxa de compressão foi elevada, isso fez a potência aumentar de 97 cv para 112 cv e o torque de 16,5 kgf·m para 17,8 kgf·m, além do motor mais forte, a suspensão ganhou molas e amortecedores mais firmes e o diferencia foi encurtado. Externamente o GLH podia ser identificado pelas rodas de liga leve de 15 polegadas, pelos faróis de neblina Bosch e pela pintura preta, a única cor disponível. De acordo com a revista Car and Driver, o GLH fazia de 0 a 96 km/h em 8,7 segundos, um tempo muito bom para a época.

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Parece o city car do Darth Vader

No ano seguinte o GLH ficava ainda mais interessante, o motor de 112 cv continuou a ser oferecido junto de uma versão turbinada, que saia de fábrica com uma turbina Garrett T3 e injeção eletrônica multiponto no lugar do carburador, isso fez a potência do GLH pular para 148 cv e o torque para 23,2 kgf·m, externamente ele ganhou um discreto kit aerodinâmico composto por um spoiler dianteiro e saias laterais.

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Reconheceram o cara sorridente da foto de abertura desse post? É Carroll Shelby, ex-piloto de corridas, campeão de LeMans e preparador famoso por transformar o pacato Ford Mustang em um muscle car devorador de asfalto, mas… que diabos ele tem a ver com um hot hatch da Dodge? A relação de Shelby com a Dodge começou em 1983 com uma versão especial do Charger (que nessa época era derivado do Omni) que usava o mesmo motor 2.2 aspirado do GLH.

Para encerrar a carreira esportiva do Omni, a Dodge enviou 500 unidades do GLH para a oficina de Carroll Shelby em Whittier, Califórnia, lá o motor recebeu uma turbina maior, intercooler, coletor de admissão redesenhado, a taxa de compressão foi aumentada e a injeção foi reprogramada, isso fez a potencia aumentar para 177cv e o para 24,2 kgf·m, a transmissão 5 marchas da Chrysler foi substituída por uma caixa de 5 marchas mais resistente da Getrag. Externamente ele recebeu rodas mais largas de 15 polegadas e um adesivo no pára-brisa com o logo da Shelby. O carro foi rebatizado como Shelby GLH-S (Goes Like Hell – S’more ou corre como o capeta – e mais um pouco) e vinha completo, os únicos opcionais eram radiador para o óleo do motor e uma roll cage no interior. Tudo isso fazia esse monstrinho de 1152 kg fazer de 0 a96 km/h em 6,7 segundos, um verdadeiro encerramento com chave de ouro para a carreira desse inesperado hot hatch americano.

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Após o encerramento da produção do Omni GLH e do Shelby GLH-S em 87, os modelos comuns do Omni continuaram sendo fabricadas até 1990, as versões turbinadas foram muito usadas em corridas amadoras, rallys, arrancadas e competições de autocross (corridas realizadas em estacionamentos com circuito travado delimitado por cones), os pontos mais apreciados pelos pilotos é a agilidade do carro e a resistência da mecânica para receber preparações.

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