Nos anos 2000 começou uma onda retro no mercado automotivo mundial, New Beetle, Thunderbird, PT Cruiser, 300C, SSR e Mini foram um dos principais representantes desse estilo. O Ford Mustang entrou nessa onda retro em 2003 com um conceito apresentado no salão de Detroit e dois anos depois foi lançado o modelo de produção.
A quinta geração do pony car estreava a plataforma D2C, uma versão simplificada da DEW usada pelo Jaguar S-Type, Ford Thunderbird e Lincoln LS. A principal mudança foi a troca da suspensão traseira independente pelo eixo rígido, mais barato, robusto e leve. O motor V8 de 4,6 litros foi atualizado, o bloco passou a ser feito de alumínio e os cabeçotes passaram a ter 3 válvulas por cilindro com comando variável, a potencia era de 304 cv. O secretary six era um V6 4 litros de 212 cv. A nova geração foi um sucesso de vendas, a falta de concorrência e a boa relação custo/desempenho fazia do Mustang um dos esportivos mais baratos dos EUA.

Motor V8, cambio Tremec de 5 marchas mandando a força para o euxo certo, suspensão McPherson na dianteira, eixo rígido four link com barra panhard na traseira, freios com discos ventilados… #IssoAGloboNaoMostra!
Em 2007 foi lançado mais um modelo que remetia ao passado: o Shelby GT500. O GT500 foi o Mustang mais potente já feito até então, o motor era um V8 5,4 32 válvulas com compressor mecânico e que produzia 506 cv. Esse motor era acoplado a um cambio Tremec manual de seis marchas e fazia o GT500 ir de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos. No ano seguinte foi lançado o Shelby GT500 KR, com 547 cv e suspensão com componetes Ford Racing.
Para comemorar os 40 anos de lançamento do filme Bullitt foi lançado o Mustang Bullitt em 2008, baseado no GT. O Bullitt recebeu um escapamento exclusivo que imitava o ronco do motor 390 do ‘Stang dirigido por Steve McQueen no filme, além disso, ele recebeu suspensão mais firme. Externamente o Bullitt podia ser identificado pela grade negra sem emblemas ou faróis auxiliares, rodas com centro preto e bordas polidas e pela pintura Dark Highland Green. Para 2009 a única novidade foi o teto de vidro opcional no coupé.
Com o lançamento dos novos Dodge Challenger e Chevrolet Camaro, era hora do Mustang ser renovado. Na linha 2010 ele passou por uma grande reestilização, ganhava linhas mais musculosas. O motor 4,6 do GT recebeu as melhorias do Bullitt e o Shelby GT500 recebeu as melhorias do GT500 KR. Mas isso ainda deixava o pony car em desvantagem, o Camaro V6 e o SS eram 100 cv mais potentes do que as versões equivalentes do Ford. Essa desvantagem durou pouco tempo, na linha 2011 o Mustang básico recebeu o novo V6 3,7 de 309 cv, o GT recebeu um V8 5 litros novo de 417 cv e o 5,4 do GT500 passou a ter o bloco feito de alumínio.
Segundo comparativos feitos pela imprensa americana, o Mustang 2011 era mais rápido do que os concorrentes e mesmo com o eixo rígido era melhor em curvas, provando que peso baixo e um bom acerto podem sobrepor nomes pomposos na ficha técnica.
Um devorador de pista chamado Boss 302 veio ao mundo em 2012 com motor 5 litros de 450 cv e peso reduzido, isso elevou o ‘Stang ao nível de esportivos europeus como o BMW M3. A edição limitada Laguna Seca do Boss 302 era ainda mais hardcore e vinha sem o banco traseiro, com reforços estruturais e splitter de fibra de carbono na dianteira.
Outro devorador de asfalto veio em 2013 junto de um pequeno facelift: o novo Shelby GT500, o Mustang mais rápido de todos os tempos. Equipado com um V8 5,8 sobrealimentado com um compressor mecânico TVS e que produz 671 cv. Ele faz de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos e atinge 325 km/h de velocidade máxima.
O Shelby GT500 foi o encerramento com chave de ouro da quinta geração do Mustang e o melhor exemplo de como tirar bons resultados de um carro tecnicamente simples. Uma marreta na era do smartphone